segunda-feira, 13 de maio de 2013

Creatina no tratamento da Fibromialgia


Estudo do HC aponta eficácia da suplementação de creatina em pacientes com fibromialgia


Da Assessoria de Comunicação do Hospital das Clínicas
O Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia (Lacre) do Hospital das Clínicas (HC) , da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP),  desenvolve pesquisa inédita com suplemento alimentar à base de creatina – composto natural sintetizado pelo próprio organismo -  e melhora a função muscular dos pacientes com fibromialgia.
O estudo, duplo cego, controlado por placebo, foi realizado em 16 semanas e envolveu 28 pacientes, com idade de 48 anos.  Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo recebeu o suplemento alimentar e o outro grupo recebeu placebo.  Ambos realizaram um programa de treinamento físico no próprio Lacre, durante o tratamento.
Os resultados foram bastante animadores, explica a reumatologista Fernanda Lima, responsável pelo Lacre. 80% dos pacientes que fizeram uso da creatina  apresentaram aumento do conteúdo de fosfocreatina intramuscular.
O aumento da força  muscular traz em uma série de facilidades  para os pacientes com fibromialgia:  reduz a incapacidade  física, beneficia a execução das atividades da vida diária, como subir e descer escada e ir ao supermercado, exemplifica a médica.
Também não foram relatados efeitos colaterais, reforçando a segurança do uso da creatina nos pacientes. “Embora não tenha havido diferença entre os grupos nos fatores dor, condicionamento aeróbio e qualidade de sono observou-se significativo ganho de força muscular tanto no segmento inferior, quanto superior do corpo”, adiantou a médica.
Os resultados são o primeiro passo para uma possível padronização do suplemento como tratamento adjuvante no HC e na rede pública para garantir um bom desempenho no dia-a-dia dos portadores da fibromialgia.
Agora, os especialistas irão investigar, por um período maior de tempo e amostragem, a eficácia da creatina no combate aos sinais e sintomas dessa doença reumatológica que causa dores musculares, fadiga, distúrbios de sono e cognitivos e dor em pontos específicos sob pressão.

Resultados da Pesquisa

Antes e após as 16 semanas de estudo, os participantes foram submetidos à avaliação da função muscular, condicionamento aeróbio,  função  cognitiva,  qualidade do sono, função renal e eventos adversos. O conteúdo de fosfocreatina  muscular também foi medido no exame de espectroscopia por ressonância magnética de fósforo.
O grupo que recebeu creatina apresentou 80,3% a mais de concentração de  fosfocreatina  muscular, enquanto o grupo que recebeu placebo registrou aumento de 2,7%. A força muscular nos exercícios de membros superiores e inferiores aumentou em 9,8% e 1,2%, respectivamente, e a força isométrica em 6,4%.



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