O
ovo e o mito do colesterol - Parte 1
Em todos os tempos e em
todas as civilizações, a história tem mostrado que o ovo é um dos alimentos mais
completos que Deus colocou na face da terra. É o símbolo da vida e da
fertilidade; um alimento associado a uma nova vida, que dá vida ao embrião.
Seria ilógico o Criador oferecer-nos um alimento-vida que pudesse nos causar
algum dano. Entretanto, nos últimos 40 anos, essa idéia tem prevalecido. O ovo,
de alimento nobre, passou a alimento proibido, satanizado e quase banido e
nossa alimentação, em razão de declarações de inúmeros cientistas que emitiram
premissas apressadas e muitas vezes equivocadas.
(Puppin, Sergio. 2004).
"No mundo, pessoas mal
alimentadas pagam um enorme preço por declarações de cientistas que emitem opiniões em Vez de Fatos."
Dr.
William Handler, médico e pesquisador.
Na Rússia, em 1912, o
pesquisador Nikolai Anitschkov induziu aterosclerose em coelhos. No ano
seguinte, o próprio Anitschkov publicou o que veio a ser considerado o primeiro
experimento de reprodução de aterosclerose em animais na história da medicina.
Esses trabalhos,
praticamente esquecidos, voltaram com toda a força por volta de 1954, quando, também
na Rússia, David Kritchevsky confirmou que coelhos alimentados com gorduras e
colesterol apresentaram lesões ateromatosas, ou seja, uma espécie de ferrugem
que obstrui as artérias e pode provocar infartos e derrames. E Kritchevsky foi
além; afirmou que a administração de gorduras poliinsaturadas (óleos vegetais)
tinha proporcionado uma diminuição dos níveis de colesterol dos animais
pesquisados.
A notícia espalhou-se como
um rastilho de pólvora em todo mundo, principalmente no restante da Europa e
nos Estados Unidos. Os americanos, que já tinham substituído grande parte da
gordura animal por gordura vegetal, passaram a condenar os alimentos de origem
animal, principalmente os que continham colesterol. Ao mesmo tempo,
recomendaram que se substituíssem todas as gorduras de origem animal pelas de
origem vegetal, como margarina e óleo vegetal,
assim como proibiram o consumo de gordura de coco por ser saturada, como a gordura
animal.
O
grande Erro dos pesquisadores russos foi utilizar coelhos em suas experiências,
que, como se sabe, são animais herbívoros, ou seja, vegetarianos. Coelhos são
incapazes de metabolizar (digerir) adequadamente gorduras ou o colesterol
ligado a elas. Por esse motivo, as taxas de colesterol dos coelhos dos
experimentos chegaram a ficar de 10 a 20 vezes superiores aos valores normais
e, ainda assim, não se reproduziu a doença aterosclerótica tal como se
manifesta em seres humanos.
O próprio Anitschkov, em
1913, relatou que a injeção de colesterol nos animais não tinha provocado
aumento do nível de colesterol nem lesões de aterosclerose, mas parece que essa
informação foi totalmente ignorada pelo mundo cientifico. Também se ignoraram
os estudos realizados por Weltmann e Biach, em 1913, por Van Leersum, em 1914,
e por Knack, em 1915, todos comprovando que o colesterol sozinho não causa
aterosclerose. Estes últimos pesquisadores alimentaram coelhos com colesterol
ou com alimentos ricos em colesterol e não conseguiram reproduzir neles a
aterosclerose, provando que não existe relação entre alimentos com colesterol e
doenças aterosclerótica.
REFERÊNCIA:
PUPPIN, SÉRGIO: OVO O MITO
DO COLESTEROL. RIO DE JANEIRO: ED. RIO, 2004.
Parabéns pelos excelentes e esclarecedores posts sobre ovos, Fabrício. Pergunto-lhe se posso postá-los em meu site, mantendo os seus devidos créditos (se possível, com referências completas) e link para seu blog.
ResponderExcluirUm abraço
Ícaro
www.icaro.med.br