sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Fibromialgia


Síndrome da Fibromialgia



Definição

A fibromialgia é uma síndrome comum que provoca dor por todo o corpo por longos períodos e pontos sensíveis nas articulações, nos músculos, nos tendões e em outros tecidos moles.

 Significado da palavra fibromialgia:

Fibro- fibras de tecido conjuntivo

Mio- músculos

Algia- dor ou condição dolorosa.

 A fibromialgia também está relacionada à fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça, depressão, ansiedade e outros sintomas.

Causas, incidência e fatores de risco.

A causa deste distúrbio é desconhecida. Embora nenhuma tenha sido realmente comprovada, as possíveis causas ou os desencadeadores da fibromialgia incluem:

- Trauma físico ou emocional.

 - Uma resposta anormal à dor. As áreas do cérebro responsáveis pela dor podem reagir de maneira diferente em pacientes com fibromialgia.

- Distúrbios do sono, que são comuns em pacientes com fibromialgia.

 - Um micro-organismo infeccioso, como um vírus. Até o momento, nenhum vírus ou micro-organismo foi identificado.

-Homens e mulheres de todas as idades podem ter fibromialgia, mas a doença é mais comum em mulheres entre 20 e 50 anos.

As seguintes doenças podem acompanhar a fibromialgia ou imitar seus sintomas:

  Dor crônica no pescoço ou nas costas

  Síndrome da fadiga crônica

  Depressão

  Hipotireoidismo

  Doença de Lyme

  Distúrbios do sono

Sintomas

O principal sintoma da fibromialgia é a dor:

  As localizações exatas da dor são chamadas de pontos sensíveis.   Os pontos sensíveis se encontram no tecido mole da nuca, ombros, esterno, região lombar, quadris, canelas, cotovelos e joelhos. A dor então se espalha a partir dessas áreas.

  A dor é descrita como profunda, irradiante, persistente, aguda ou ardente e varia de leve a grave.

  As articulações não são afetadas, embora possa parecer que a dor venha das articulações.

  As pessoas com fibromialgia tendem a acordar com dores corporais e rigidez.

  Para alguns pacientes, a dor melhora durante o dia e aumenta novamente durante a noite, apesar de muitos pacientes terem dor ininterrupta durante o dia todo.

 A dor aumenta com atividade, clima frio ou úmido, ansiedade e estresse.

Fadiga e distúrbios do sono são observados em quase todos os pacientes com fibromialgia.  Muitos se queixam de que não conseguem dormir ou continuar dormindo e se sentem cansados quando acordam.

Outros sintomas podem incluir:

  Síndrome do intestino irritável com gases, alternando diarreia e constipação.

  Problemas de memória e dificuldade de pensar claramente.

  Dormência e formigamento de mãos e pés.

  Palpitações.

  Tolerância reduzida a exercícios.

  Estado de ânimo triste ou deprimido.

  Tensão ou enxaqueca.

Exames e testes

O diagnóstico da fibromialgia requer um histórico de pelo menos três meses de dor generalizada, além de dor e sensibilidade em pelo menos 11 de 18 localizações de pontos dolorosos.

Esses pontos dolorosos incluem tecido fibroso ou músculos dos:

  Braços (cotovelos)

  Nádegas

  Peito

  Joelhos

  Região lombar

  Pescoço

  Caixa torácica

  Ombros

  Coxas

Às vezes, são feitos exames de laboratório e radiografias para ajudar a confirmar o diagnóstico excluindo outras doenças que podem ter sintomas similares.

Tratamento

O tratamento deve concentrar-se não somente em aliviar os sintomas, mas também em ajudar os pacientes a sobrelevar seus sintomas.

Em geral, os tratamentos envolvem tentativa erro/acerto:

  Os pacientes podem começar com fisioterapia, exercício e métodos para reduzir o estresse.  Se esses métodos não melhorarem os sintomas, um antidepressivo ou relaxante muscular poderá ser incluído no tratamento.

  Programas de orientação ao paciente chamados de terapia cognitiva-comportamental, que ajudam com técnicas para lidar com a doença, são uma parte importante do planejamento do tratamento.  Muitas pessoas que sofrem de fibromialgia consideram úteis a ajuda de grupos de apoio.

Ter uma dieta balanceada e evitar a cafeína pode ajudar nos distúrbios do sono e podem ajudar a reduzir a gravidade dos sintomas. Medidas relacionadas ao estilo de vida para melhorar a qualidade do sono podem ser eficazes para a fibromialgia.

Reduzir o estresse e melhorar a capacidade de suportar sintomas dolorosos também pode ajudar a reduzi-los.

É recomendável melhorar a condição física por meio de exercícios:

  A melhor maneira de iniciar um programa de preparo físico é começar com sessões curtas de somente alguns minutos de exercícios moderados de baixo impacto, como caminhar ou nadar.   Aumente gradualmente a duração de cada sessão, conforme a tolerância.   Começar gradual e moderadamente pode ajudar você a se adaptar a um programa eficaz que você possa manter.

Começar gradualmente ajuda a alongar e mobilizar músculos doloridos e estirados, o que pode ser aliviado por alongamentos e massagens leves, bem como acupuntura e técnicas de relaxamento.

A terapia cognitiva normalmente dura de 6 a 20 sessões de 1 hora.

Durante essa terapia, as pessoas com fibromialgia aprendem a:

  Lidar com pensamentos negativos

  Manter um diário de seus sintomas e dores

  Reconhecer o que agrava os sintomas

  Procurar atividades agradáveis

  Definir limites

O objetivo de usar medicação é melhorar o sono e aumentar a tolerância à dor. Os pacientes devem receber tratamentos medicamentosos juntamente com exercícios físicos, orientação e terapias comportamentais.

A duloxetina, a pregabalina e o milnaciprano são medicamentos aprovados especificamente para tratar a fibromialgia.  Entretanto, muitas outras drogas também são usadas para tratar a doença, incluindo:

  Medicamentos anticonvulsivos

  Outros antidepressivos

  Relaxantes musculares

  Analgésicos

  Hipnóticos

Os casos graves de fibromialgia podem necessitar ser encaminhados a uma clínica de dor. Sempre consulte um Médico antes de consumir qualquer medicação.

Atividade física e fibromialgia

Como já citado o exercício físico é muito importante no tratamento da fibromialgia.

Quanto ao exercício físico (CHAITOW, 2002) descreve que, o foco principal é reparar os efeitos da falta de condicionamento prolongada, aptidão diminuída, peso aumentado, rigidez nas articulações e fraqueza, que são reconhecidos prontamente pela maioria das pessoas com fibromialgia, a chave para complacência e aceitação dos efeitos benéficos do exercício é uma redução no medo da atividade. O exercício deveria ter dois componentes principais:

-Alongamento para aumentar o comprimento dos tecidos moles e a mobilidade das articulações;

-Condicionamento aeróbico para aumentar o condicionamento físico.

Exercícios resistidos com peso para força, embora não sejam contraindicados, deveriam ser introduzidos com precaução por causa do possível efeito de um aumento da dor.

Objetivos de um programa de atividade física, segundo (CHAITOW, 2002);

  • Superar os efeitos da falta de condicionamento
  • Desafiar e reduzir o medo dos pacientes em se engajarem em atividades físicas
  • Reduzir danos físicos e capitalizar na recuperação das funções
  • Aumentar a atividade física de uma forma segura e gradativa
  • Auxiliar os pacientes a aceitar a responsabilidade pelo aumento de sua capacidade funcional
  • Promover uma visão positiva da atividade física no autogerenciamento da saúde
  • Introduzir atividades funcionais desafiadoras para a reabilitação



A diversos benefícios comprovados dos exercícios; eles incluem a diminuição da dor, a melhoria da flexibilidade, a melhora da força, mais energia, sono melhor, controle de peso mais eficiente, melhora da condição cardiovascular, melhora da autoestima, e melhora da sensação de bem-estar, evita contrações dolorosas de grupos musculares, favorece a coordenação motora para as atividades diárias, promove uma postura adequada e auxilia no controle da ansiedade.

 A musculação pode fazer parte do tratamento e prevenção, devido à conversão das fibras musculares do tipo b para o tipo a, proporcionando uma melhor irrigação capilar, o que já acontece com as fibras musculares de contração lenta (para trabalhos de resistência) que seriam imunes à manifestação dos sintomas da doença, em função de sua característica francamente aeróbia, com consequência alto nível de irrigação capilar de que desfrutam.   A prática da musculação deve ser sob a orientação de um professor de educação física com conhecimento sobre a fibromialgia.

BALSAMO & SIMÃO (2005), citam algumas pesquisas que incluem o treinamento de força como parte do tratamento e que vem demonstrando bons resultados. E sugerem um plano de treinamento de força:

- alongamento suave.

- 5 minutos de aquecimento em bicicleta ou esteira (ergométrica) nos primeiros dias de treino, depois aumentar gradativamente para 10 a 15 minutos.

-usar elásticos ou garrote (exigindo menos da fase excêntrica nos primeiros dias de treino)

- supino reto sentado com (elástico, máquina, “halteres deitado”) de forma progressiva.

- leg press.

- puxada grande dorsal na máquina.

- cadeira extensora.

- elevação lateral.

- mesa flexora.

- rosca bíceps com halteres/barra.

- panturrilha vertical amplitude reduzida.

- tríceps na polia alta/ tríceps testa com halteres.

- rosca punho direta/inversa.

- cadeira adutora/abdutora

- abdominal

- Frequência das sessões de musculação: duas a três vezes por semana para alunos iniciantes, quatro a cinco vezes para alunos avançados.

- Intensidade: evitar cargas excessivas. Iniciar com um trabalho muscular em torno de 40% a 60% da carga máxima (1RM), ou seja, um treinamento de resistência muscular localizada.

- Volume: Usar entre 12 a 15 repetições, com duas a três séries por exercícios. O número de exercícios devem ser reduzidos e devem ser usados exercícios, principalmente para grandes grupos musculares no princípio (cinco). A quantidade de exercícios deverá aumentar conforme a resposta fisiológica de cada aluno.

-Sequência dos exercícios: Primeiro os grupos musculares maiores e depois os menores, e priorizar os exercícios multiarticulares e depois os monoarticulares.

- Velocidade de contração moderada; - Intervalos de descanso de 60 a 120 segundos; - Respiração de forma natural ou passiva eletiva (expira na fase concêntrica e inspira na fase excêntrica).

- Exercícios menos indicados (maior componente excêntrico): corrida ou escada, exercícios em polia, stiff, rosca no banco inclinado, desenvolvimento para ombros, pré-estiramento de retorno na flexão plantar, abdominal na bola ou prancha em posição inclinada, exercícios de flexibilidade.

É de grande importância que o profissional de educação física tenha o devido esclarecimento sobre a doença (FM), estes conhecimentos irão ajudar seu aluno a compreender melhor suas limitações e possibilidades. Seu aluno precisa se sentir seguro e confiante.

A também a necessidade de uma avaliação médica para saber se o individuo não tem nenhuma outra patologia. E o profissional de educação física deverá realizar uma anamnese e uma avaliação física periódica, para obter informações sobre a evolução do aluno em relação ao treinamento.





Referências

Abeles M, Solitar BM, Pillinger MH, Abeles AM. Update on fibromyalgia therapy.

Am J Med. 2008;121:555-561.

BALSAMO, S & SIMÃO R. Treinamento de Força: para osteoporose, fibromialgia, diabetes tipo 2, artrite reumatoide e envelhecimento. São Paulo. Phorte, 2005.

CHAITOW, L. Síndrome da Fibromialgia: Um guia para o tratamento. Primeira Edição. Barueri, Editora Manole, 2002.

Häuser W, Bernardy K, Üceyler N, Sommer C. Treatment of fibromyalgia syndrome

with antidepressants. JAMA. 2009;301:198-209.

Wolfe F, Rasker JJ. Fibromyalgia. In: Firestein GS, Budd RC, Harris ED Jr., et

al., eds. Kelley's Textbook of Rheumatology. 8th ed. Philadelphia, Pa:

Saunders Elsevier; 2008:chap 38.

Wolfe F, Clauw DJ, Fitzcharles MA, Goldenberg DL, Katz RS, Mease P, et al. The

American College of Rheumatology preliminary diagnostic criteria for

fibromyalgia and measurement of symptom severity. Arthritis Care Res.

2010;62(5):600-610.


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